Há algumas semanas comecei a "escarafunchar" a internet em busca de dados "científicos" nos quais eu pudesse me basear para iniciar meu projeto e o que achei foi o que me faltava para tomar a decisão de arregaçar as mangas e botar mãos à obra. Vejam abaixo algumas coisas que "descobri':
- A música desinibe, mesmo os alunos mais tímidos acabam soltando a voz, até aqueles que têm a maior dificuldade de responder às nossas perguntas em classe sentem-se encorajados a tentar, mesmo porque estarão fazendo parte de um "coro", não irão se expor como quando estão lendo um texto em voz alta para a classe toda.
- Mesmo quem nunca frequentou uma aula sequer é capaz de imitar os sons que ouve, e muitas vezes de forma bem mais perfeita que muitos alunos que frequentam aulas há muito tempo, sem contudo se esforçarem verdadeiramente.
- Como muitos alunos "adoram" música, será um incentivo e tanto poderem usar o que aprendem em sala para fazer o que realmente gostam, ou seja: cantar as canções de suas bandas e cantores favoritos. Os adolescentes (maioria de meus alunos) são imediatistas, então dizer a eles que depois de 6 anos e meio de curso estarão aptos a conseguir um bom emprego é o mesmo que dizer a um urso para não nos atacar porque logo atrás vem um exército de sardinhas. Pode não ser a mesma coisa, mas o efeito será o mesmo.
- Quando cantamos, ouvimos música, tocamos ou dançamos estamos usando os dois hemisférios do cérebro, portanto nossa capacidade de aprender será muito maior do que quando assistimos uma aula, escrevemos, ouvimos um texto, etc. Para mim 2 é mais que 1, então ensinar quem está usando 2 hemisférios do cérebro me parece ótimo, principalmente quando se trata de adolescentes. Muitas vezes eles fazem uma cara durante a aula que me dá a impressão que não estão usando NENHUM hemisfério do cérebro.
- Num episódio do House - cuja equipe faz uma extensa pesquisa científica antes de cada episódio - no qual um rapaz que tinha um hemisfério do cérebro comprometido e era músico teria que ser operado e esse hemisfério que não funcionava direito seria retirado, o Dr. House sentencia que após a retirada do hemisfério defeituoso ele não seria mais capaz de tocar, porque "música é uma atividade global, que envolve os dois hemisférios do cérebro".
Ainda adiciono minhas próprias observações:
- Sempre que há uma novidade (incluindo aí as músicas) os alunos se animam e ficam muito mais motivados a aprender. Dei uma música singela e simples para que aprendessem "esquerda, direita, dentro e fora" e acho que foi o que alguns alunos aprenderam direito. Criaram até uma coreografia, de tão animados ficaram. Além de cantar, eles ensaiaram em casa e apresentaram a coreografia durante a aula. O problema depois é que queriam ouvir tudo outra vez todo dia.
- Há muitos sites com indicações de músicas que podem ser usadas para praticar diversos tópicos: present simple, environment, moral values, etc. O problema é que não são atualizados sempre, e a cada semana surge um novo sucesso. Meus alunos adolescentes torcem o nariz se eu trago uma música "antiga", e por antiga entenda-se: que não esteja na parada hoje. Então é necessário fazer uma pesquisa e também contar com a ajuda dos alunos na hora da escolha.
Eu jamais poderia fazer isso sozinha, mas consegui um grupo de professores interessados no assunto, e estão me ajudando a criar um "guia" entre as músicas de artistas de maior sucesso: Justin Timberlake, Justin Briebe, Lady Gaga, Rhianna, Beyonce e outros. Vamos procurar entre as músicas deles formas "úteis" de ensinar e praticar.
Caso você esteja interessado, acesse o link abaixo e solicite sua inscrição como membro do grupo. Vamos tornar as aulas mais animadas. E depois, não sei quanto a você, mas ouvir meus alunos falando com pronúncia bem certinha é "música para meus ouvidos".
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